Trabalhos Científicos




1. INFORMAÇÕES GERAIS

O 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde receberá resumos expandidos de trabalhos até 03/07/2023 às 23:00 horas (horário de Brasília). Os resumos deverão ser enviados, exclusivamente pelo formulário eletrônico contido nesta web site.

Após preencher o formulário de inscrição, você poderá enviar o seu resumo, acompanhar todo o processo de avaliação e emitir seu recibo de pagamento, sempre informando o seu login e a sua senha.

Se você ainda não se inscreveu, clique aqui para preencher o formulário de inscrição.

Se você já se registrou, utilize seu login e senha para acessar sua área restrita e enviar o seu trabalho no menu “Meus Trabalhos”.

 

Os interessados em submeter trabalhos devem selecionar inicialmente o Coletivo Temático (CT) desejado (clique aqui para acessar os CTs) e enviar um resumo expandido de até 5.000 caracteres (incluindo os espaços).

No caso do CT Ampliando Linguagens, recomendamos consultar atentamente a respectiva ementa, pois requer uma categoria diferenciada e exclusiva de apresentação de trabalhos, conforme item 2.3 abaixo.

 

Limites de resumos por participante: Cada participante poderá submeter apenas um resumo expandido em sua área restrita. Não há limite para participação como coautor em trabalhos inscritos por outros participantes.

- Não é necessário efetuar o pagamento da inscrição no momento do cadastramento e/ou submissão dos resumos. Entretanto, caso o trabalho seja aprovado, para garantir a sua inclusão na programação do evento e a publicação nos anais, o autor responsável pelo trabalho (autor principal ou coautor) deverá realizar o pagamento até o dia 22/09/2023.

 

Se o autor responsável pelo trabalho não efetuar a inscrição no Congresso, a responsabilidade pelo trabalho deverá ser transferida para um coautor que esteja com a taxa de inscrição paga e que não tenha trabalho aprovado em sua área, através do envio do e-mail para trabalhos2023@cshs.org.br. Caso o apresentador do trabalho (autor ou coautor) não seja o autor responsável, este também deverá realizar o pagamento da taxa de inscrição até o dia 22/09/2023.



2. INSTRUÇÕES PARA SUBMISSÃO DE RESUMOS

Para submeter seu resumo à avaliação você precisará escolher um dos Coletivos Temáticos da lista de aprovados (clique aqui para acessar a lista de CTs) e uma das três modalidades de trabalhos, atentando, que para a modalidade 2.3 Outras Linguagens, ela é específica e exclusiva para o CT Ampliando Linguagens, não sendo possível essa modalidade em outros CTs.

Os Coletivos Temáticos têm o objetivo de ser um espaço de aprofundamento da reflexão crítica, dialógica, processual e compartilhada do seu tema central. Dessa forma, torna-se importante priorizar a participação em todas as atividades do mesmo Coletivo Temático, de forma a contribuir no aprimoramento do debate sobre o tema.

 

2.1. Relato de Pesquisa: são trabalhos originais realizados por docentes, pesquisadores e estudantes de graduação e de pós-graduação de instituições públicas e privadas; profissionais das políticas públicas de saúde e militantes de movimentos sociais, sobre tema relacionado ao CT a que foi encaminhado. Essa modalidade de apresentação tem como objetivo socializar o conhecimento produzido durante o processo da pesquisa, trazendo reflexões que possibilitem o fortalecimento do campo das Ciências Sociais e Humanas em Saúde e a construção compartilhada de propostas de enfrentamento para o tema.

No seu resumo expandido não devem ser inseridos gráficos, tabelas e outros recursos visuais, devendo conter apenas texto. Ele deverá ter no máximo 5000 caracteres, incluindo os espaços, escrito de forma lógica e clara. Deverá iniciar com o título, os autores (informando primeiro o autor principal e em seguida, se houver, nome e filiação institucional de cada coautor. Atenção: conferir se as grafias estão corretas, pois serão assumidas em certificados e demais materiais oficiais do congresso). O título deve estar escrito em caixa alta, com no máximo 170 caracteres que não serão computados na contagem dos 5000 caracteres do resumo expandido. O resumo deverá contemplar obrigatoriamente os seguintes itens: Apresentação/Introdução, Objetivos, Metodologia, Resultados e discussão, Conclusões/Considerações Finais. Os autores podem distribuir livremente a organização do texto por essas diferentes dimensões.

 

2.2. Relato de Experiência: refere-se à sistematização de reflexões sobre experiências e vivências de enfrentamento de situações e problemas de saúde por parte de profissionais das políticas públicas de saúde, militantes de movimentos sociais, artistas, pesquisadores, docentes e estudantes. Esta sistematização não é apenas o relato de experiências, mas deve conter também uma reflexão crítica sobre elas e sobre os aprendizados com elas obtidos. Essa modalidade de relato tem como objetivo incluir no Congresso saberes provenientes da experiência e vivências. O relato e suas reflexões devem estar integrados ao tema e aos objetivos do Coletivo Temático a que foi encaminhado. Serão aceitos relatos de experiências que ainda estão em curso, mas que já propiciaram significativo aprendizado. Não serão aceitas experiências concluídas há mais de 5 anos.

No seu resumo expandido não devem ser inseridos gráficos, tabelas e outros recursos visuais, devendo conter apenas texto. Ele deverá ter no máximo 5000 caracteres, incluindo os espaços, escrito de forma lógica e clara. Deverá iniciar com o título, os autores (informando primeiro o autor principal e em seguida, se houver, nome e filiação institucional de cada coautor. Atenção: conferir se as grafias estão corretas, pois serão assumidas em certificados e demais materiais oficiais do congresso). O título deve estar escrito em caixa alta, com no máximo 170 caracteres que não serão computados na contagem dos 5000 caracteres do resumo expandido.  O resumo deverá contemplar obrigatoriamente os seguintes itens: contextualização, descrição, período de realização, objetivo, resultados, aprendizados e análise crítica. Os autores podem distribuir livremente a organização do texto por essas diferentes dimensões.

 

2.3. Outras Linguagens: este espaço valoriza as diferentes formas de produção, expressão, comunicação do conhecimento e a pluralidade e modos de produzir saúde e cuidado, bem como pode se relacionar aos temas dos CTs . Destina-se à apresentação de múltiplas práticas e reflexões teóricas em Ciências Sociais e Humanas em Saúde, que formulem e empreguem linguagens artísticas e culturais, menos convencionais no campo científico, acadêmico e dos serviços de saúde. Trata-se de um movimento de dialogicidade, cuja natureza inter e transdisciplinar permite acolher expressões clássicas e contemporâneas que singularizam e põem em relação corpo, natureza e cultura, mobilizando as tênues fronteiras entre diferentes experiências (simbólicas e racionais) voltadas para o cuidado de si e do outro.

No resumo expandido não devem ser inseridos gráficos, tabelas e outros recursos visuais, devendo conter apenas o texto com, no máximo, 5000 caracteres, incluindo os espaços, escrito de forma objetiva. Deverá iniciar com o título, os(as) autores(as) (informando primeiro o(a) autor(a) principal e em seguida, se houver, nome e filiação institucional de cada coautor(a). Atenção! conferir se as grafias estão corretas, pois serão assumidas em certificados e demais materiais oficiais do congresso. O título deve estar escrito em CAIXA ALTA, com no máximo 170 caracteres que não serão computados na contagem dos 5000 caracteres do resumo expandido.  O resumo deverá contemplar obrigatoriamente os seguintes itens: processo de escolha do tema e de produção da obra, objetivos, ano e local da produção, análise crítica da obra relacionada a Saúde Coletiva e ao tema do congresso, formatos e suportes necessários referentes à apresentação (específicos à modalidade de apresentação escolhida dentre as opções descritas acima), breve biografia do autor.

Os autores podem distribuir livremente a organização do texto por essas diferentes dimensões.

As propostas serão avaliadas pelos coordenadores do CT, no sentido de verificar a adequação à apresentação na própria sessão do respectivo CT ou nas sessões do Coletivo “Ampliando Linguagens”.

 

- O Congresso buscará garantir espaços de apresentação e alguns equipamentos, mas não se responsabilizará em prover materiais ou condições de apresentação que vão além das estruturas básicas.



3. MODALIDADES DE APRESENTAÇÃO

As sessões de Coletivos Temáticos têm previsão de duração de 90 minutos, contemplando as diferentes modalidades de apresentação. Os trabalhos aprovados poderão ser apresentados nas seguintes modalidades:

 

3.1. Exposição oral nas sessões dos CT (COMUNICAÇÃO ORAL - CO)

Os trabalhos aprovados nessa modalidade serão apresentados em sessões temáticas com seis trabalhos dessa modalidade por sessão. Cada trabalho terá dez minutos para apresentação. Após as apresentações, haverá debate com os respectivos autores mediado pela coordenação da sessão. Para os relatos de experiência, sugere-se a utilização de meios audiovisuais de forma apenas complementar, de modo a não prejudicar a centralidade, a lógica e a emoção da apresentação oral.

 

3.2. Comunicação breve nas sessões dos CT para uma Roda de Conversa (COMUNICAÇÃO ORAL CURTA - COC)

A modalidade comunicação breve será apresentada na mesma sessão temática que as exposições orais. Serão dez apresentações por sessão. Cada trabalho terá seis minutos de exposição oral (a projeção é opcional), com a presença obrigatória de um dos autores. A apresentação será feita sob a forma de uma Roda de Conversa cujo debate será conduzido por um mediador.

 

3.3. Outras Linguagens para o CT Ampliando Linguagens

Cada sessão terá duração de 90 minutos com 05 trabalhos por sessão. Cada trabalho terá 15 minutos para a apresentação. Ao final, haverá 15 minutos de debate e discussão.

O Coletivo Temático Ampliando Linguagens será um espaço de aprofundamento e reflexão crítica, dialógica, processual e compartilhada do tema central. Assim, convém priorizar a participação, além da sua sessão de apresentação, nas outras sessões desse mesmo Coletivo Temático, de forma a contribuir no aprimoramento do debate.

Os trabalhos aprovados para apresentação no CT Ampliando Linguagens deverão ser apresentados em um dos diferentes formatos como descrito abaixo.

 

Filmes, documentários, vídeos: ficha técnica, sinopse + link da plataforma ou de drive: Para a apresentação na íntegra, serão aceitos Narrativas de bolso/Doc de celularCurta-metragens, Médias e Longa-metragens poderão ser apresentados no formato trailer ou em versão curta de, no máximo, 15 min. As propostas de vídeos/filmes devem conter a indicação de link para visualização do material, e devem estar hospedadas online em plataformas como YouTube [https://www.youtube.com/], Vimeo[https://vimeo.com/] ou congêneres de acesso livre.  As informações do material devem estar acompanhadas de análise crítica e/ou intencionalidade da produção, articulada à Saúde Coletiva.

 

Fotografias: ficha técnica, resumo + fotografias. Os ensaios fotográficos poderão ter de 05 (cinco) a 10 (dez) fotografias, de autoria do(a) proponente. As imagens podem ser enviadas em formatos variados, mas devem ter qualidade superior a 1M e 300dpi. Devem ser enviadas com nomenclatura que indique a ordem para a exposição. Pode-se também compartilhar no resumo as fotografias por meio de links de plataformas digitais de acesso livre (como issuu, por exemplo). As informações do material devem estar acompanhadas de análise crítica e/ou intencionalidade da produção, articulada à Saúde Coletiva.

 

Desenhos, ilustrações gravuras, pinturas: ficha técnica, resumo + imagens em formato digital. Poderão ter de 05 (cinco) a 10 (dez) imagens de autoria do/a proponente. As imagens podem ser enviadas em formatos variados, mas devem ter qualidade superior a 1M e 300dpi. Devem apresentar nomenclatura que indique a ordem de exposição. Pode-se também compartilhar no resumo as fotografias por meio de links de plataformas digitais de acesso livre (como issuu, por exemplo). As informações do material devem estar acompanhadas de análise crítica e/ou intencionalidade da produção, articulada à Saúde Coletiva.

 

Teatro, Sarau, Cordel: ficha técnica, resumo, podendo conter link de gravação ou fotografias da apresentação, link que deve estar hospedado online em plataformas como YouTube, Vimeo ou congêneres de acesso livre. As informações do material devem estar acompanhadas de análise crítica e/ou intencionalidade da produção, articulada à Saúde Coletiva.

 

Expressão musical: ficha técnica, resumo, com  link da plataforma de áudio, ou link de gravação ou fotografias da apresentação, link que deve estar hospedado online em plataformas como YouTube, Vimeo ou congêneres de acesso livre. As informações do material devem estar acompanhadas de análise crítica e/ou intencionalidade da produção, articulada à Saúde Coletiva.

 

Corpo/dança: ficha técnica, resumo, com link de gravação ou fotografias da apresentação, link que deve estar hospedado online em plataformas como YouTube, Vimeo ou congêneres de acesso livre. As informações do material devem estar acompanhadas de análise crítica e/ou intencionalidade da produção, articulada à Saúde Coletiva.

 

Podcastficha técnica, resumo, com  link da plataforma de áudio, ou link de gravação ou fotografias da apresentação, link que deve estar hospedado online em plataformas como YouTube, Vimeo ou congêneres de acesso livre. As informações do material devem estar acompanhadas de análise crítica e/ou intencionalidade da produção, articulada à Saúde Coletiva.

 

Carta de Memórias: o 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde apresenta uma nova linguagem para propiciar espaço para aquelas e aqueles que desejem memorializar experiências de saúde/adoecimento, práticas de cuidado e de gestão embebidas nos saberes comuns e cotidianos. Estes saberes nos reenviam ao compromisso com a emancipação coletiva e política com a reparação, a decolonialidade e a reconstrução crítica.

Por quê cartas e por quê memórias? Porque passamos por tempos difíceis. Ainda nas repercussões da Pandemia de Covid-19 em nossas vidas, e em nossas lutas, no caldo de uma política genocida. Contar memórias pode significar resistência e reparação, compartilhar saberes múltiplos em convivência.

É desejável que seus autores e autoras possam ressaltar a intersecção entre tempos históricos, onde as desigualdades são friccionadas por movimentos de luta, em ambientes muitas vezes áridos, onde o ponto de partida e ponto de chegada são o oferecimento de práticas de saúde no encontro com afetos e dissonâncias.

As propostas podem ser apresentadas na letra escrita, digitada ou manuscrita. Caso seja manuscrita deve ser digitalizada. As cartas escritas podem ter no máximo duas páginas e elas devem ser compartilhadas no resumo por meio de um link onde estão hospedadas

 

Os autores/autoras devem submeter suas propostas de cartas de memórias, escolhendo o Coletivo Temático Ampliando Linguagens e a modalidade de apresentação Carta de Memórias. As Cartas de Memórias aprovadas poderão ser lidas/apresentadas no momento de abertura de algumas atividades do Congresso, ou ainda, ser exposta em espaço que o Congresso reservará, em formato de varal ou painel em ambiente público para leitura de toda a comunidade do Congresso



4. ENVIO DE RESUMOS

• Para submeter trabalhos ao processo de avaliação, você deverá acessar o menu restrito "Meus Trabalhos". Caso você não esteja visualizando este menu, é porque ainda não foi reconhecido pelo sistema. Neste caso, proceda conforme as seguintes instruções:

 

• Novo usuário

Se você ainda não fez sua inscrição no evento, acesse o menu "Inscrições" e preencha o formulário ao final da página. Lembre-se de ler atentamente as informações contidas nesta página antes de proceder com o cadastro. Ao finalizar o envio do formulário, acesse sua área restrita para que você encontre o menu "Meus Trabalhos", mencionado acima.

 

• Usuário já cadastrado

Se você já efetuou sua inscrição, basta acessar sua área restrita, informando o login e a senha correspondentes. O login e a senha foram preenchidos por você no momento da inscrição. Caso tenha se esquecido de seus dados de acesso, clique no botão "Lembrar senha".

•Antes do envio de seu resumo, faça uma revisão detalhada do texto que será submetido para avaliação. Caso você perceba algum erro após o envio, até o dia 03/07/2023 será permitida a edição do resumo. Para isso, basta acessar a sua área restrita, e, na seção “Meus Trabalhos”, clicar no título do trabalho.

• Os resumos poderão ser enviados em português, inglês ou espanhol.

• Os itens a serem preenchidos para submissão do resumo:

Tema: Selecionar de acordo com a listagem dos Coletivos Temáticos (clique aqui para ver lista de CTs)

Apresentador do trabalho: indicar o nome, a filiação institucional e o correio eletrônico do autor principal ou coautor que apresentará o trabalho.

 

Modalidade de apresentação: escolher uma das três opções disponíveis

(a) Exposição Oral

 

(b) Comunicação breve /roda de conversa

 

(c) Outras Linguagens

  • Artes visuais (fotografia, cinema e vídeo)
  • Artes Cênicas e Literatura (teatro, sarau, cordel)
  • Artes plásticas
  • Expressão vocal, instrumental e corpo/dança, podcasts
  • Carta de Memórias
  • Outras

 

Fonte(s) de financiamento: crédito a órgãos financiadores da pesquisa, se pertinente.

 

•Você receberá um e-mail imediato, caso seu resumo tenha sido enviado com sucesso. Caso não o receba, entre em contato com a Secretaria do evento através do e-mail trabalhos2023@cshs.org.br ou verifique se o trabalho foi submetido no menu "Meus trabalhos"



5. CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS

Além da observância aos requisitos de resumos acima explicitados, o processo de avaliação adotará os seguintes critérios para análise:

 

Dos relatos de pesquisa:

• Adequação à temática do congresso e do Coletivo Temático a que foi submetido;

• Adequação do título;

• Relevância, atualidade e natureza inovadora;

• Adequação conceitual e metodológica para o alcance dos objetivos e dos resultados;

• Características do resumo submetido no que se refere à organização, capacidade de síntese e clareza de exposição.

 

Dos relatos de experiências:

• Adequação à temática do Congresso e do Coletivo Temático a que foi submetido;

• Adequação do título ao conteúdo do texto;

• Clareza e organização da descrição e reflexão da experiência;

• Capacidade de síntese e profundidade da reflexão;

• Relevância da experiência, dos aprendizados e das reflexões nela realizados para os atuais desafios da saúde coletiva;

 

Dos trabalhos submetidos na modalidade Outras Linguagens:

• Adequação à temática do Congresso;

• Adequação do título ao conteúdo;

• Clareza e organização da descrição e reflexão crítica e intencionalidade da produção articulada à Saúde Coletiva;

• Relevância da produção e da potencialidade da linguagem para a produção do conhecimento em Saúde Coletiva, na articulação entre Ciência e Arte;

• Qualidades estéticas;



6. OBSERVAÇÕES

É IMPRESCINDÍVEL o preenchimento adequado de todos os campos do formulário online e, para serem aceitos, os trabalhos deverão obedecer às normas aqui descritas.

 

Resultados com afirmações como “resultados serão apresentados” e ou “dados serão analisados” não serão considerados.

 

Todos os trabalhos ao serem apreciados para a seleção poderão ter sugestões de seus autores quanto à modalidade preferencial de apresentação, contudo, caberá à Comissão Científica a decisão final, de acordo com os critérios de avaliação.

 

O número de trabalhos aprovados em cada CT será definido segundo a sua adequação ao tempo e aos limites dos espaços disponíveis na sede do Congresso.

 

Os autores serão informados oportunamente sobre as datas, horários e locais das apresentações, por meio de e-mails e no ambiente restrito do congressista no site do Congresso.

 

Os resumos aprovados e apresentados serão publicados nos Anais do Congresso sem edição até 60 dias após a realizção do congresso. Por isso, reforçamos a importância da revisão ortográfica e gramatical na sua elaboração. No mesmo sentido, devem ser observadas as orientações referentes ao padrão para preenchimento do título, do(s) nome(s) de autor(es) e do resumo.

 

Certificados de participação serão disponibilizados on line (na aérea restrita) até sete dias após o evento. O participante deverá acessar a sua área restrita, utilizando o seu login e a sua senha.

Encontrando maiores dificuldades, entre em contato conosco pelo e-mail trabalhos2023@cshs.org.br, ou acesse o menu "Fale Conosco"



7. DATAS E PRAZOS IMPORTANTES

Data limite para envio de resumos: 03/07/2023

Divulgação do resultado da avaliação: A partir de 09 de agosto de 2023

Prazo para mudança de autor responsável: 22 de setembro de 2023

Prazo para pagamento da taxa de inscrição para autores responsáveis e apresentadores: 22 de setembro de 2023

Divulgação do dia e horário de apresentação dos trabalhos: A partir de 09 de outubro de 2023



8. COLETIVO TEMÁTICO

CT 01 - Análise multidisciplinar sobre a política de vacinas

A queda da cobertura vacina no Brasil tem sido objeto de preocupação no campo da saúde coletiva e está relacionada a diferentes motivos de ordem política, social e antropológica. O papel das ciências humanas e sociais na análise e contribuição a esse complexo problema pode trazer perspectivas críticas à temática, bem como apontar caminhos para perspectiva que relaciona ciência, Estado e sociedade no necessário processo de reconstrução crítica sobre as vacinas e o processo de vacinação. Para tanto, propomos um coletivo temático com o objetivo de discutir as políticas das vacinas, em perspectiva histórica, a partir das relações entre saúde, Estado e sociedade. As políticas das vacinas envolvem múltiplos atores e complexidades, desde a produção e regulação de imunizantes, passando pela distribuição, comunicação e promoção da vacinação junto à população, chegando à implementação da vacinação na atenção primária. Estudos nesta temática são fundamentais para a prevenção e controle de doenças imunopreveníveis, além de representarem um campo a ser cuidado pela saúde coletiva a partir das contribuições das ciências humanas e sociais. Discutir temas relacionados às políticas das vacinas demanda, portanto, uma abordagem emancipatória e interdisciplinar, que coloca em questão processos e conjunturas políticas, concepções e sentidos sobre saúde e doença, prevenção, comunicação e informação, participação social e democracia, interseccionalidades, entre outros. Nesse sentido, propomos um CT que analise a política de vacinas a partir da perspectiva das ciências sociais.
Objetivos do CT:
• Promover a reunião de trabalhos científicos que analisem as políticas das vacinas desde diferentes perspectivas a partir das contribuições das ciências humanas e sociais;
• identificar as principais matrizes teórico-metodológicas da produção científica encaminhada ao Congresso nesta temática;
• Possibilitar a reunião de trabalhos no âmbito da análise das políticas públicas que se debrucem sobre as vacinas e a vacinação;
• Explorar as possibilidades de articulação/diálogo entre as diversas abordagens das relações entre ciência, Estado e sociedade para a pesquisa, a formulação e implementação de políticas e a organização dos sistemas e serviços de saúde. Temas alinhados à Política das Vacinas:
• A importância da atenção primária à saúde na vacinação;
• Cobertura vacinal e seus determinantes sociais; Interseccionalidade e hesitação vacinal;
• Movimentos antivacina e hesitação vacinal;
• Desinformação, fake news e infodemia na comunicação sobre vacinas;
• Política e regulação de vacinas: papel dos governos, indústria farmacêutica e organizações internacionais;
• Diplomacia das vacinas: cooperação e conflito na produção e distribuição de imunizantes;
• Desafios contemporâneos da política das vacinas: pandemias, emergências sanitárias e globalização;
• Avaliação de programas de vacinação: indicadores, desafios e perspectivas;
• Participação social e engajamento comunitário na promoção da vacinação.

Coordenadores:
Gustavo Correa Matta
Ester Paiva Souto
Michelle Fernandez

CT 02 - O lugar da participação social nos processos de tomadas de decisão no SUS

“Não há Saúde sem Democracia”. Para avançar na tarefa da reconstrução de um país marcado pelas políticas de exclusão implementadas pelos últimos governos, torna-se necessário fortalecer a participação social em todas as instâncias do SUS, considerando as suas diversas formas, como a participação em conselhos, conferências, audiências e consultas públicas, quando muitas vezes as narrativas dos usuários dos serviços de saúde passam a constituir a principal defesa do princípio da dignidade e do valor da pessoa humana nos processos decisórios, sobretudo no que tange à incorporação de tecnologias de saúde. Por isso, este Coletivo Temático propõe um espaço para compartilhar experiências e indagações sobre a incorporação de dimensões subjetivas (visões, valores, vivências) e equitativas no processo de formulação, implementação e avaliação de políticas, tecnologias e intervenções em saúde, bem como debater questões como: Qual o espaço para acolher subjetividades diversas e evidências qualitativas na tomada de decisão em políticas públicas de saúde? Como fomentar modelos de participação social que permitam enfrentar os desafios para a garantia da equidade na efetivação do direito humano à saúde? Como incluir as perspectivas dos pacientes, e da sociedade civil em geral, e contribuir para o desenvolvimento de competências de incidência política (advocacy) e literacia na incorporação de tecnologias no SUS? Assim, nos interessa socializar espaços, estratégias, ferramentas e movimentos dedicados a ampliar as considerações qualitativas e a participação social no campo da saúde, bem como a explicitar potenciais iniquidades e formas de superá-las. Também nos interessam as iniciativas de educação popular, ampliação da literacia em saúde e incidência política (advocacy) que contribuam para esse debate. Serão valorizados trabalhos que apresentem caminhos para colaboração entre gestão, academia e sociedade civil, que dialoguem com abordagens feministas, antirracistas e decoloniais de produção de conhecimento e participação social.

Coordenadores:
Sara Emanuela de Carvalho Mota
Martín Mezza
Jessica Farias Dantas Medeiros

CT 03 - Ciências Sociais e humanas em saúde e (trans)formação na saúde coletiva: ações afirmativas, vozes e vivências contra-hegemônicas nas universidades brasileiras

A Saúde Coletiva (SC) é estratégica à consolidação do SUS e a uma sociedade mais justa, democrática e fraterna. Ao mesmo tempo, representa um campo de produção acadêmica em constante transformação e questionamento, ampliado a partir de políticas de expansão e democratização do ensino superior e da ciência da primeira década do Século XXI (retomadas recentemente no Brasil). O ingresso de estudantes cotistas e de professores negras/es/os, LGBTI+, indígenas, migrantes de países latino-americanos e africanos, nos espaços acadêmicos, como protagonistas, tem fomentado a emergência de agendas de pesquisas com novas formas e olhares. As Ciências Sociais e Humanas (CSHS) contribuem com esse processo e encontram desafios referentes ao vigor na origem da SC, à identidade e distanciamento com as outras áreas que compõem o campo, ao diálogo com movimentos sociais, a superficialidade na apropriação e uso dos seus referenciais, à legitimidade e presença no ensino, extensão, formação e nas vivências profissionais. As experiências políticas da diversidade étnico-racial, sexual, de gênero, nacional, religiosa, das/es/os pesquisadoras/es oportunizam a reflexividade, o diálogo e o debate sobre o lugar, direção e importância das CSHS. O objetivo principal do Coletivo Temático é contribuir, avançar, reafirmar e renovar referenciais teóricos, metodológicos e conceituais, (re)colocando problemas sociais, econômicos, éticos e políticos nodais na sociedade brasileira. Acolhemos reflexões sobre a implementação de ações afirmativas e outros mecanismos de promoção de equidade nas instituições; práticas extensionistas e pesquisas colaborativas entre universidades, redes de atenção à saúde e comunidades; curricularização da extensão e articulação pesquisa-extensão-ensino nas CSHS; diálogos (trans)formativos na SC e reflexões pluri/inter/transepistêmicas no ensino e formação em saúde. Esperam-se discussões sobre os desafios acadêmicos de integrar demandas de diversos atores sociais, muitas vezes invisibilizados no contexto universitário.

Coodenadores:
Reni Basaglini
José Marcos da Silva
Laura López 
Gisele Cristina Tertuliano

CT 04 - Comunidade, família, vulnerabilidades e tecnologia social

Objetivos: dialogar sobre os modos de viver de pessoas em situação de vulnerabilidade; discutir práticas de cuidado e saúde para o enfrentamento de situações opressoras; fomentar o desenvolvimento de tecnologias sociais por pessoas em situação de vulnerabilidade. Justificativa: Os modos de viver das pessoas em situação de vulnerabilidade requerem dedicação integral para o enfrentamento de preconceitos, discriminação, estereótipos e estigma, resultando em processo de desgaste físico, estresse e consequente adoecimento. Ao mesmo tempo, há pouca valorização das investigações científicas que tratam do tema, assim como projetos voltados para o desenvolvimento de estudos e produção de tecnologias e inovação para o cuidado de populações em risco e vulnerabilidade no processo saúde - doença (pessoas nas diversas etapas do desenvolvimento; pessoas com doenças crônicas e com deficiência; familiares, cuidadores e trabalhadores da saúde; entre outras). Desafio romper as limitações para o fomento de experiências exitosas de emancipação, além da escassez de estudos sobre o desenvolvimento de tecnologias sociais e a inclusão destas no Sistema Único de Saúde. Esse coletivo visa receber trabalhos sobre: Práticas e relações sociais de enfrentamento e superação de iniquidades sociais nos espaços/territórios da saúde. Reparação histórica e Associativismo. Pessoas em situação de vulnerabilidade. Sociedade, família e suas funções em processos de opressão e superação. Preconceito, discriminação, estereótipos e estigma. Empoderamento e emancipação. Modalidades de cuidado e territórios existenciais. Tecnologias sociais para o cuidado de populações em vulnerabilidade.

Coordenadores:
Paulo Roberto Lima Falcão do Vale
Rosely Cabral de Carvalho
Sinara de Lima Souza

CT 05 - Corporeidade, práticas de cuidado em saúde, identidades e os marcadores sociais da diferença

Este CT tem por objetivo tematizar a articulação entre o corpo e o cuidado com ênfase nos marcadores sociais da diferença (classe social, gênero, geração, etnia, raça) que permeiam as práticas e o serviço de saúde. O olhar das ciências sociais e humanas é fundamental para revelar que o corpo não é apenas biológico, mas o lugar das experiências de corporeidade e performance, a partir do qual se constroem as identidades e se (re)definem as práticas de cuidado em saúde. Dessa forma, múltiplas são as acepções de cuidado, as experiências da corporeidade e performance, as identidades, os estilos de vida, as vivências do processo saúde-doença-cuidado, que estendem os limites estabelecidos do campo da saúde e impactam os serviços de saúde.
Este CT pretende acolher trabalhos oriundos de pesquisas situados no campo das Ciências Sociais e Humanas em Saúde (CSHS), relatos de experiências do serviço de saúde e performances que utilizem linguagens artísticas e culturais que tratem os seguintes temas:
1) corporeidade, identidades e a humanização do serviço de saúde;
2) corporeidade, cuidado em saúde e os marcadores sociais da diferença;
3) corporeidade, performance e o cuidado em saúde.
Essa proposta permite trabalhar de maneira crítica, no campo das CSHS, as experiências de corporeidade, performance e identidades, a partir dos marcadores sociais da diferença, ao mesmo tempo em que se estabelece uma interface com o serviço de saúde e a necessidade de se repensar novas práticas de cuidado. Este CT busca estabelecer trocas de experiências entre pesquisadores e profissionais do serviço de saúde, com ênfase na discussão de corporeidade e as identidades sociais, buscando apreender as demandas que essas experiências apresentam aos profissionais de saúde e os desafios inerentes às práticas de cuidado.

Coordenadores:
Edemilson Antunes de Campos
Maria Marce Moliani
Erika Carolina Fernandes Lima

CT 06 - Decolonialidade, branquitude e ações Afirmativas: (re)produção dos racismos e sua interlocução com a saúde coletiva

Objetivos: Propõe-se contribuir para a compreensão do branco como identidade racial produtora do racismo e da branquitude como sistema que se organiza na manutenção dos privilégios materiais e simbólicos em uma sociedade hierarquizada racialmente; bem como incentivar o debate sobre a construção sócio-histórica da estrutura social expressa em relações de poder e propor estratégias que promovam o enfrentamento das dinâmicas e reproduções dos dispositivos de poder da branquitude, fomente a virada decolonial e a implementação de ações afirmativas no campo da Saúde. Justificativa: o sistema-mundo moderno/colonial/anti-direitos humanos fundamenta-se em práticas epistemicidas, ecocidas e genocidas. A perspectiva decolonial se impõe como uma proposta de valorização e reconhecimento de saberes plurais, das cosmovisões e experiências de sujeitos, populações e países marginalizados, consistindo, também, numa prática de intervenção pautada no compromisso ético-político, contra-hegemônico e pluri-universal. A virada decolonial proposta visa o enfrentamento das relações raciais no Brasil, geralmente apresentadas como “um problema circunscrito ao negro”. A Saúde Coletiva, como o pensamento social brasileiro, reduz o problema às consequências deletérias do racismo para as pessoas negras, sem nunca abordar as consequências vantajosas paras as pessoas brancas, reproduzindo o que Maria Aparecida Bento nomeia ‘pacto narcísico da branquitude’. Nesse sentido, indaga-se: como temos produzido e reproduzido os pactos narcísicos da branquitude no campo da Saúde Coletiva? Quais bases epistêmicas têm sido convocadas para estudar a questão racial na saúde? Como os estudos têm enfrentado o desafio da não objetificação das existências “não brancas”, pauta inegociável das epistemologias críticas à euronortecentricidade? Desse modo, a proposição deste Coletivo Temático justifica-se por tratar-se de uma dimensão de grande relevância e pouco investigada no campo da Saúde Coletiva. Assim, propõe-se oportunizar o diálogo intercultural, inter-regional, interinstitucional, interdisciplinar, intersaberes, destacar a necessidade de ruptura paradigmática do sistema-mundo moderno/colonial por meio da implementação de ações afirmativas, práticas antirracistas e decoloniais no campo da saúde.

Coordenadores:
Diana Anunciação Santos
Ionara Magalhães de Souza
Roberta Gondim de Oliveira
Leandro Augusto Pires Gonçalves

CT 07 - Decolonialidades e interseccionalidades na comunicação e saúde

Este Coletivo Temático se inscreve num conjunto de movimentos que nos últimos 8 anos vem questionando e repensando o pensamento e as práticas quanto à relação comunicacional do setor saúde com a sociedade, particularmente suas camadas mais espoliadas de seus direitos, incluindo fortemente o direito à comunicação. As perspectivas epistemológicas que subjazem e organizam as matrizes de pensamento decolonial e interseccional, assim como seus desdobramentos teóricos e metodológicos, nos permitem ampliar largamente as possibilidades desses movimentos, ao favorecer o reconhecimento da existência, legitimidade e potência das diversas formas e lugares de produção de conhecimentos e saberes, assim como identificar as forças centrípetas que atuam no sentido da manutenção e centralização dos poderes e privilégios na sociedade. Ao reunirmos essas duas possibilidades epistemológicas, que apresentam muitas convergências eu seus questionamentos quanto aos modos de ver, compreender, articular e agir sobre as múltiplas realidades, queremos ser um espaço que contribua para um debate mais contínuo, sólido e consequente, epistemológico, teórico e metodológico sobre a relação entre comunicação e saúde. Fazemos, assim, um chamado à interlocução a todas as pessoas interessadas na dimensão comunicacional das práticas e do pensamento da saúde coletiva e que queiram trazer ao debate seus trabalhos e/ou integrar/aprofundar neste fazer e pensar as abordagens, questões e possibilidades que se ancoram nas perspectivas interseccional e/ou decolonial. O CT acolhe e valoriza relatos de pesquisas que tenham sido concluídas ou que já tenham, pelo menos, finalizado o trabalho de campo. Da mesma forma acolhe e valoriza relatos de experiências já concluídas (ou concluída alguma etapa, no caso de experiências a longo prazo). Como critério de relevância, em ambas as modalidades, a intenção decolonial e/ou interseccional e a conjugação ou a busca de diferentes conhecimentos e saberes

Coordenadores:
Inesita Soares de Araujo
Aluízio Azevedo da Silva Júnior
Edilma do Nascimento Souza

CT 08 - Deficiência e cronicidade nas gramáticas da corponormatividade: discutindo reparação e reconstrução em perspectiva decolonial

O presente CT visa abarcar trabalhos em variadas linguagens, que assumam a deficiência e a cronicidade como categorias que organizam outras formas de ser e estar no mundo. A necessidade de reparação histórica vem na polifonia de vozes que se reúnem, muitas das vezes, de forma dissonante. Esta dissonância comparece nos interesses diversos, e na posição de quem fala e assume as cenas políticas. Quando as intersecções entre gênero, raça, classe, território e geração se encontram nas localizações do corpo e suas necessidades, outras políticas, presenças e arranjos se configuram. Nos interessa discutir as intersecções das lutas pelo direito à saúde, considerando os diversos atores envolvidos com a deficiência e/ou o adoecimento crônico, organizados em associações, no ativismo das redes, nos diversos espaços de produção de saberes e cuidados. As dispersões podem indicar as intersecções entre políticas de cuidado e economia política da esperança: conhecimentos em curso, frente aos quais praticantes da gestão e atenção à saúde, pesquisadores do campo das ciências sociais e humanas, educadores e legisladores não podem se furtar.
Acolhemos trabalhos em linguagens plurais: escritos em linguagem acadêmica, técnica e poética, apoiados em diferentes experiências, perspectivas teóricas e abordagens metodológicas; manifestações teatrais, audiovisuais, literárias e musicais. Chamamos atenção para a importância da adoção de linguagens e formatos acessíveis, desde a concepção. Valorizamos práticas e referências implicadas com as lutas decoloniais e, portanto, antirracistas e anticapacitistas, entendendo-as como condição para invenção de outros modos de conhecer, sentir, compreender e construir a saúde coletiva.

Coordenadores:
Martha Cristina Nunes Moreira
Francine de Souza Dias
Winnie Samanu de Lima Lopes

CT 09 - Educação, formação e enfrentamento do racismo em Saúde: decolonizar, reparar e emancipar como legitimação de direitos

O objetivo deste coletivo é aprofundar o debate sobre a reformulação e implementação de práticas formativas - formais ou não, na perspectiva decolonial, crítica e antirracista. Interessa conhecer, discutir e analisar: como temas no campo das relações étnico-raciais, saúde da população negra e indígena, dentre outros estão sendo considerados na formação em saúde; as inovações; as estratégias de acesso, permanência e acompanhamento de negros/as e indígenas; enfrentamento da austeridade e ausência de recursos financeiros; diálogos entre múltiplos e diferentes saberes, conhecimentos, vivências e práticas, envolvendo diversos atores (movimentos sociais, profissionais de saúde, estudantes e gestores/as). Justificativa: A formação em Saúde Coletiva é contínua, permanente e se dá em diferentes territórios, atravessados por realidades diversas, iniquidades e diferentes expressões do racismo. A experiência de discriminação racial é uma nódoa que marca a vida e o desenvolvimento de crianças, jovens, adultos e idosos. A atenção básica em saúde (APS) é um espaço importante de valorização da vida e de produção de saúde para as mais variadas comunidades. A reificação do racismo contra essas populações em espaços institucionais requer a proposição de iniciativas antirracistas; demandam dos equipamentos de saúde uma abordagem decolonial, capaz de ultrapassar os obstáculos produzidos pelo racismo institucional e a violência decorrente de formas silenciosas de racismo. No 8° Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, o GT Racismo e Saúde realizou uma oficina e organizou um CT sobre Saúde, Currículo, formação: experiências, vivências, aprendizados e resistência sobre raça, etnia e gênero. A ampliação do debate entre gestores, profissionais de saúde, educadores, pesquisadores e movimentos sociais visa potencializar a criação de iniciativas e estratégias antirracistas.

Coordenadores:
Hilton Pereira da Silva
Raquel Souzas
Rosana Batista Monteiro

CT 10 - Emancipação e saúde: análise institucional na perspectiva da decolonialidade

O Diretório de Pesquisa Análise Institucional e Saúde Coletiva, criado em 2003, vinculado ao CNPq, coordenado pela Profa Dra Solange L’Abbate, composto por docentes, discentes e profissionais comprometidos com o SUS de diferentes regiões do país têm produzido conhecimento, em articulação nacional e internacional. Nos três últimos CBCSHS, em 2013, 2016 e 2019, participamos com o Grupo de Trabalho AI & SC. Para o 9º CBCSHS, objetivamos trabalhar com aspectos das práticas presentes nos serviços e na formação em saúde que se expressam social e politicamente em contraposição ao instituído da civilização ocidental e, desta forma, nos aproximarmos da perspectiva da decolonialidade, contribuindo com a reparação e reconstrução crítica da sociedade brasileira, difundindo a atenção à saúde emancipatória. Esse coletivo pretende receber trabalhos no formato de relatos de experiências e/ou de pesquisas que em diálogo com a Análise Institucional, propiciem reflexões sobre a construção de novas estratégias e ferramentas de trabalho e de formação. Busca-se partir do debate sobre experiências concretas, à socializar o que vem sendo realizado nos diferentes espaços do SUS, contribuindo para a compreensão do estado da arte nos âmbitos regionais, nacional e internacional. Pretende-se ainda acolher e estimular trabalhos que façam usos de linguagens artísticas e culturais.

Coordenadores:
Ana Lúcia Abrahão
Ana Kalliny de Sousa Severo
Ana Cristina dos Santos Vangrelino

CT 11 - Envelhecimento populacional: invisibilidade, decolonialidade e necessidade de emancipação em contexto de iniquidade social

Público-alvo:
Pesquisadores, profissionais, gestores e estudantes que estudam o processo de envelhecimento nas sociedades, considerando as iniquidades sociais em diferentes contextos, tais como: população negra, LBGTQIAP+, povos indígenas e populações sob vulnerabilidade social, bem como as políticas e ações de promoção do envelhecimento ativo e saudável e cuidado às pessoas idosas.


Objetivo:
Fortalecer o debate e a produção de evidências sobre o envelhecimento enquanto processo social, perpassado pela interseccionalidade e decolonialidade em contextos de iniquidade.


Justificativa:
O campo do envelhecimento está intrinsecamente relacionado às ciências sociais e humanas em saúde. Trata-se de uma área interdisciplinar, que tem a intersetorialidade como eixo de práticas e caminhos para a compreensão dos seus processos.
As faces do envelhecimento variam de acordo com as sociedades e no contexto capitalista apresenta uma invisibilidade importante, apesar dos números afirmarem o anúncio de uma população envelhecida em contextos de iniquidades sociais.
Quando tratado, é abordado com olhares para o norte do mundo, como uma realidade de países desenvolvidos. Com tentativas de espelho para o eixo sul global, com poucas adaptações de contexto.


Sugestões de temas:
• Envelhecimento populacional e direitos humanos: invisibilidade, decolonialidade e necessidade de emancipação em contexto de iniquidade social;
• Cuidado como direito e gênero: segurança, dignidade, autonomia e liberdade;
• Idadismo e interseccionalidade: exclusão, discriminação e processos de vulnerabilização no processo de envelhecimento.

Coordenadores:
Marília Cristina Prado Louvison
Kenio Costa Lima
Vanessa de Lima Silva

CT 12 - Epistemologias da Saúde desde o Sul: virada decolonial, pesquisa participativa e soberania sanitária da América Latina e Caribe

Este CT tem como objetivo principal abrir um espaço de intercâmbio e reflexão entre a saúde coletiva brasileira, a educação popular e as epistemologias da Saúde do Sul. A proposta ancora-se no pensamento crítico latino-americano-caribenho sobre a saúde no século XXI, e nos princípios que norteiam a Educação Popular em Saúde convergentes com os princípios da produção de conhecimento e da formação desde uma perspectiva decolonial. Nas últimas décadas, a região da América Latina e Caribe vem construindo as Epistemologias da Saúde do Sul cujo objetivo fundador é promover uma virada descolonial das bases eurocêntricas pan-americanas de nossas teorias, políticas e práticas de reprodução, dependência e colonialidade com o Norte global, tanto da biomedicina clínica ocidental quanto da medicina social atravessada pela geopolítica da "doutrina sanitária pan-americana" e pela "saúde global" pós-moderna.
Para tanto, este debate deve ser atravessado pelo diálogo com a construção compartilhada de conhecimentos entre o mundo acadêmico e o mundo da vida, com potencialidade de recriar saberes e caminhos capazes de produzir transformações sociais. São também geradores de reflexão crítica sobre o conhecimento construído, na perspectiva de emancipação e superação da normatividade presente na ciência. O campo da Saúde do Sul não significa apenas assumir "o decolonial" como arranjo instrumental e aditivo aos quadros referenciais existentes, mas promover novos quadros categóricos nascidos das interseções entre o pensamento descolonial latino-americano, a educação popular, a ecologia de saberes de Abya Yala e a Grande África com sua própria descolonização e atualização da teoria crítica latino-americana em saúde. Há, portanto, uma relação direta entre a as Epistemologias da Saúde do Sul e a busca por equidade, troca de experiências e saberes - considerando os saberes populares, tradicionais; saberes práticos e construídos no cotidiano dos serviços; e os saberes instituídos - capazes de formular maneiras solidárias de partilhar a vida. A Saúde do Sul busca construir territórios e territorialidades de soberania sanitária desde e para a América Latina e Caribe.
Assim o CT terá seis 7 eixos de trabalho que dialogam com essas epistemologias:
1.       Epistemologias da Saúde do Sul;
2.       Pesquisas de cunho participativo no campo da Saúde Coletiva;
3.       Feminismos decoloniais, negros e saúde;
4.       Movimentos sociais e territoriais pela soberania da saúde e as possibilidades de construção de saberes compartilhados;
5.Refundação dos Sistemas de Saúde no Século XXI: descolonizar teorias, políticas e práticas;
6.       Saúde Socioambiental e Extrativismo na América Latina e Caribe.

Coordenadores:
Gonzalo Basile
João Paulo Tukano
Leny Trad
Luanda Lima

CT 13 - Extensão na perspectiva dialógico-participativa e os desafios da sua curricularização

A extensão é tida como uma das bases de atuação das universidades brasileiras, que, junto ao ensino e à pesquisa, formam o tripé universitário. Seja por meio de programas, projetos, eventos, cursos/oficinas ou serviços prestados, ela é representada por atividades que envolvem a interação entre atores das Instituições de Ensino Superior com demais setores da sociedade. Os discursos que orientam tais práticas não são homogêneos, contando com diversos e, por vezes, opostos horizontes ético-políticos que as balizam. Desde 1968, Paulo Freire, em “Extensão ou Comunicação?”, critica a baixa incorporação dos saberes populares na interação entre a academia e a sociedade, ao ponto de provocar que “respondamos negativamente à extensão e afirmativamente à comunicação”. As contribuições dos saberes e fazeres do legado freiriano impulsionaram e impulsionam, até hoje, as concepções e práticas extensionistas. No entanto, a continuidade da utilização desse termo obrigou, a sua radical reconceitualização, incorporando perspectivas dialógicas e participativas para a extensão. A partir de 2018, houve um importante passo para incorporar com maior pujança a extensão na formação a nível de graduação: no mínimo 10% de créditos curriculares devem ser em práticas extensionistas. Deste modo, este coletivo temático busca refletir, a partir das contribuições das ciências sociais e humanas, sobre os desafios e as possibilidades da curricularização da extensão universitária nos cursos da área da saúde para contribuir com processos de reparação das opressões e reconstrução crítica das práticas de educação na saúde. A problematização dos desafios enfrentados na relação universidade-sociedade e a proposição de ações que buscam superá-los demandam um compromisso práxico de ação-reflexão-ação de todos os atores envolvidos no cotidiano extensionista. Deste modo, um dos caminhos para inédito-viabilizar a construção de processos de transformação social passa pelo exercício coletivo da reflexão crítica sobre as práticas extensionistas experienciadas, lidando com as tensões e contradições cotidianas.

Coordenadores:
César Augusto Paro
Carla Pontes de Albuquerque
Eni Carajá Filho

CT 14 - Gênero, cuidado e emergências sanitárias

 Este Coletivo Temático objetiva reunir trabalhos teórico-práticos que coloquem em cena as problemáticas decorrentes das últimas emergências sanitárias buscando refletir como se relacionam com o trabalho de cuidado, com as estruturas sociais de gênero e suas interseccionalidades a partir dos diversos marcadores de desigualdade social (raça, classe, geração, pessoas com deficiência, local de moradia e expressões de sexualidades, dentre outros). Epidemias e pandemias estão marcadas na história. Atingem populações delimitadas e se espalham por regiões, países e continentes. Adoecimentos e óbitos são suas consequências diretas, entretanto, além da análise das formas de transmissão e bloqueio, é necessário contemplar como outras dimensões da vida nos âmbitos sociais, políticos e econômicos se interrelacionam nesses contextos. As recentes emergências sanitárias da epidemia de Zika (2015-2017) e a pandemia de Covid (2019-?) demonstraram que políticas públicas com concepções generalizantes não conseguem responder às necessidades específicas de diversos grupos sociais. Esse debate coloca em pauta o desafio e a importância de perceber como essas questões de saúde e adoecimento afetam de modo diferente os diferentes sujeitos. O CT visa trocar experiências sobre metodologias de pesquisa e estratégias de ações, enfatizando aquelas cujos/as/es participantes são ativos/as/es no processo, bem como aprofundar conhecimentos sobre gênero, cuidado e emergências sanitárias. Essa proposição dialoga com o tema central do congresso ao chamar a atenção para manutenções de desigualdades que atingem corpos determinados e grupos marginalizados ao longo de gerações. Buscar-se-á dar voz a estes sujeitos e aqueles/as que desenvolvem o trabalho de cuidado e, ao mesmo tempo, dialogar com gestores/as/profissionais e pesquisadores/as gerando acúmulo sobre os aprendizados e contribuições advindas da interseção entre os campos de conhecimento produzidos pelas ciências sociais e humanas em saúde. Espera-se que este CT indique desafios, estratégias de resistência e enfrentamento, além de apontamentos para respostas estatais que superem a constante violação de direitos humanos.

Coordenadores:
Ana Paula Lopes de Melo
Germana Soares de Oliveira
Maria do Socorro Veloso de Albuquerque

CT 15 - Gênero, diversidade, violências e direito à saúde

 O direito à saúde no Brasil é resultante de grande mobilização política da sociedade e está garantido na Constituição Federal de 1988, uma Carta democrática, progressista e pluralista, inserida no chamado Novo Constitucionalismo Latino-Americano (NCLA), corrente conceitual que rompe com os modelos constitucionais europeus e norte-americanos clássicos. Além da proteção irrestrita aos direitos humanos e da ampliação do acesso à justiça, o NCLA inova ao trazer a participação como questão central para a efetivação dos direitos reconhecidos. No âmbito do direito à saúde, sua realização depende do acesso das pessoas e coletividades aos bens e serviços públicos oferecidos pelas políticas sociais universais e, apesar das garantias e avanços nas políticas direcionadas a grupos populacionais específicos, há desafios e ameaças importantes. No caso dos direitos da população LGBTIA+, é evidente a crescente organização e visibilidade na luta por sua efetivação, mas ainda permanecem as expressões de preconceito, discriminação e violência, tendo como consequência a violação de direitos, entre eles a saúde. Nesse sentido, este CT busca trazer ao debate experiências construídas e vividas em diversos espaços, como serviços de saúde, academia, movimentos sociais, escolas, sistemas de justiça, prisional e socioeducativo, entre outros. São bem-vindos trabalhos que discutam a interface entre o direito à saúde e as temáticas de Gênero, Diversidades, Direitos Humanos e Violências, valorizando-se o caráter interinstitucional, transdisciplinar e de intersaberes das propostas. Compreendendo-se a vulnerabilidade estrutural da população LGBTIA+, é de extrema relevância o debate amplo dessas questões, com implementação de políticas públicas, tendo em vista o reconhecimento universal dos direitos humanos por uma Constituição Cidadã, pautada pelas lutas concretas dos povos latino-americanos. Serão aceitos neste CT trabalhos finalizados ou em andamento, que envolvam a população LGBTIA+, no campo da pesquisa, ensino, extensão e em diversos formatos. Serão bem-vindos trabalhos de caráter artístico e cultural, valorizando a cultura LGBTIA+.

Coordenadores:
Maria José Nogueira
Luciana Souza d'Ávila
Fernanda Coelho Carvalho

CT 16 - Gênero, interseccionalidades e saúde coletiva

O objetivo desse coletivo temático é reunir estudos que discutam gênero, sexualidade, reprodução e saúde, em perspectiva interseccional. No Brasil, no campo da saúde coletiva, as ciências sociais e humanas têm apresentado grande protagonismo na produção de conhecimentos sobre saúde, corpo, sexualidade e reprodução, discutindo como marcadores sociais das desigualdades - gênero, raça, etnia, capacitismo, geração, etarismo, território, classe social e outros – impactam as experiências individuais e coletivas. A pujante produção brasileira tem angariado reconhecimento e sido referência em estudos internacionais.
O coletivo proposto convida e coloca em interlocução pesquisadoras/es e pesquisas sobre iniquidades de gênero em saúde, saúde sexual e reprodutiva, trajetórias reprodutivas, gestão da fecundidade, aborto, infertilidade, cisgeneridade e transgeneridade, violência e assédio sexual e de gênero, entre outros temas correlatos. Esses estudos podem ser desenvolvidos a partir de diversos objetos, como acesso a serviços de saúde, em especial a serviços de saúde reprodutiva e sexual, integralidade da assistência à saúde, formação em saúde, desigualdades e violências em espaços institucionais (acadêmicos, científicos, educacionais), práticas de (auto)cuidado à saúde, práticas reprodutivas e sexuais, ativismo e saúde, dentre outros. Privilegiam-se pesquisas e reflexões que contribuam para o desenvolvimento de estruturas teórico-analíticas que articulem autonomia, integridade (corporal e moral), direitos e justiça e que levem em consideração as iniquidades de gênero no âmbito do Sistema Único de Saúde, assim como formas de superá-las.

Coordenadores:
Ana Paula dos Reis
Claudia Bonan Jannotti
Estela Maria Mota Lima Leão de Aquino

CT 17 - Infâncias, culturas e saúde: perspectivas das pesquisas qualitativas

Nossa proposta para este Coletivo Temático (CT) é proporcionar um espaço de reflexão sobre as pesquisas qualitativas e participativas com crianças no âmbito da saúde coletiva. Nos últimos três congressos brasileiros de CSHS observamos uma ausência de grupos temáticos dedicados à infância, o que não significa que as crianças, serviços e ações em saúde infantil não foram trabalhados dentro dos eixos temáticos apresentados. Contudo, vemos que a infância é tratada ainda apenas transversalmente, o que invisibiliza suas especificidades tanto em termos de necessidades em saúde quanto no avanço em metodologias de pesquisa participativas e inclusivas. Sendo o CT um espaço profícuo para troca de experiências entre pesquisadores de áreas afins, proporcionando a construção de redes de colaboração, acreditamos que serão facilitadas a visibilidade às experiências das crianças e a melhoria da qualidade das pesquisas neste campo. Nossa proposta parte de um diálogo entre a sociologia da infância e demais estudos sociais da criança com a saúde coletiva, e visa trazer contributos críticos para desenvolver pesquisas metodológica e eticamente informadas por uma concepção da criança como possuidora de um papel relevante nos processos de construção de conhecimento acerca da sua condição de sujeito ativo de direitos e, em concreto, titular do direito à saúde. Sabemos que a infância é atravessada por marcadores sociais da diferença, tais como raça/etnia, deficiência, gênero, classe social, território, dentre outros, com impactos diretos na saúde e bem viver das crianças. Serão acolhidos trabalhos e propostas que pensem as infâncias como categoria geracional e que se preocupem em explorar suas culturas e experiências, bem como metodologias inovadoras de pesquisas com crianças.

Coordenadores:
Paula Gaudenzi
Natália Fernandes
Bárbara Costa Andrada

CT 18 - Infodemia, dataficação e práticas em saúde

O Brasil vive um momento de reconstrução permeado por embates acerca dos possíveis usos e riscos de tecnologias digitais para produção de informação e comunicação, as quais também atravessam as práticas em saúde. Tais tecnologias influenciam as percepções e as formas da experiência do processo saúde-doença e da relação entre determinantes sociais e saúde, bem como alteram os modos como as pessoas se relacionam com os serviços e organizações de saúde. Assim, provocam questionamentos a respeito de desinformação, infodemia, literacia, tecnologias de vigilância, plataformização do trabalho e dataficação da vida. Este coletivo temático propõe uma apreciação crítica das tecnologias de informação e processos de comunicação digital, desdobrando e ampliando debates realizados em eventos anteriores da ABRASCO. Para tanto, parte do princípio de que direito à comunicação e à informação é fundamental para garantir o direito à saúde e defende que comunicação e informação são estruturantes para uma promoção da saúde emancipatória e a manutenção da democracia e da participação social. Espera-se que trabalhos, oficinas e mesas redondas possam trazer à tona debates contemporâneos, tais como: Os efeitos da produção exagerada de informação, que trazem consigo desafios a serem enfrentados como as estratégias de desinformação, a legitimação de discursos colonizadores, a infodemia e a proliferação de fakenews. As tensões e as contradições que emergem a partir do desenvolvimento acelerado das tecnologias digitais, muitas vezes importados de outros países e/ou fornecidos por atores privados, bem como os efeitos em práticas e saberes da informação e comunicação nas redes de atenção à saúde. A democratização da comunicação e do acesso à informação; os novos regimes de produção de verdade e os diálogos propostos entre ciência, saúde e saberes populares; atores sociais e as estratégias de produção de visibilidades e reconhecimento social. Desse modo, esperamos receber resumos de pesquisa e relatos de experiência que abordem dos assuntos citados acima. Mobilizaremos uma rede de pesquisadoras e pesquisadores para avaliação dos resumos. Também incentivaremos colegas a proporem mesas redondas e painéis de debate na programação do congresso. Por fim, mobilizaremos os colegas a organizarem oficinas nas atividades pré-congresso.

Coordenadores:
Adriana Miranda de Castro
Nadja Maria Souza Araujo
Marcelo Fornazin

CT 19 - Interseccionalidades e Decolonialidades em Alimentação e Nutrição: Tecendo perspectivas pluriepistêmicas, interdisciplinares e interculturais para (re)pensar o cuidado alimentar e nutricional no SUS

Este Coletivo Temático propõe discutir criticamente as interfaces entre as ciências sociais e humanas e o campo da alimentação e nutrição (AN) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), abordando a promoção da alimentação adequada, saudável e sustentável, a soberania e segurança alimentar e nutricional e o cuidado alimentar e nutricional emancipatório. Visa destacar a importância das interseccionalidades e abordagens decoloniais e pluriepistêmicas na análise e transformação das práticas, políticas e ações de AN, visando a promoção da equidade. Considerando o contexto de múltiplas crises, como a fome e a insegurança alimentar e nutricional, e o aumento da obesidade e das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT), busca-se problematizar as interconexões entre o cuidado alimentar e nutricional no SUS e suas interfaces com as políticas públicas gestadas para enfrentamento desses agravos. Pretende ainda discutir como reconstruir criticamente essas estratégias, integrando a promoção da alimentação adequada e saudável no SUS e outras políticas públicas que promovam práticas de cuidado alimentar e nutricional emancipatórias, partindo de um diálogo inter-regional, interinstitucional e interdisciplinar, estimulando assim a troca de saberes entre os participantes e a utilização de linguagens artísticas e interculturais como ferramentas de reflexão para a transformação social. A natureza inovadora está na proposição de abordagens pluriepistêmicas, interdisciplinares, interseccionais e decoloniais para as questões relacionadas à alimentação e nutrição. Acreditamos que essa perspectiva é fundamental para a construção de práticas mais justas e equitativas, promotoras de segurança alimentar e nutricional, e que levem em consideração as múltiplas dimensões da alimentação e nutrição das populações, como gênero, raça/etnia, classe social, interculturalidade, geração, sexualidade, pessoas com deficiências, pessoas LGBTQIAPN+, corpos dissidentes, bem como lutas emancipatórias de acesso a terra e aos territórios por moradia, do instadas pelos povos do campo e da cidade, povos originários indígenas, povos de matriz africana, de periferias urbanas, dentre outras.

Coordenadores:
Anelise Rizzolo
Fernanda Ribeiro dos Santos de Sá Brito
Ligia Amparo-Santos
Viviane Marinho (UFRJ)

CT 20 - Justiça reprodutiva e políticas da reprodução: novos olhares sobre os direitos reprodutivos

O objetivo deste CT é reunir trabalhos que explorem as dimensões das Políticas da Reprodução e da Justiça Reprodutiva. Justiça reprodutiva é um conceito forjado pelos movimentos de mulheres negras estadunidenses, latinas, indígenas e asiáticas que intersecciona o racismo, o patriarcalismo, o classismo e outras opressões correlatas, expandindo e complexificando a noção de direitos reprodutivos ao integrar a saúde reprodutiva à justiça social. Políticas da Reprodução é um conceito socioantropológico proposto para destacar que a reprodução é estruturada por meio de forças sociais e relações de poder que atravessam e conectam dinâmicas íntimas, políticas nacionais e lógicas econômicas globais. Associada tanto a processos entendidos como biológicos (concepção/contracepção, gravidez, parto) quanto sociais (cuidado, trabalho reprodutivo, maternagens/parentalidades), a reprodução tem sido alvo privilegiado de diversas tecnologias de governo. No Brasil, os últimos anos foram marcados por retrocessos e ofensivas contra os direitos reprodutivos que teve seu ápice no período de governança entre 2019 e 2022, do governo de extrema-direita, somado aos impactos sociais da pandemia da Covid-19. O conservadorismo moral e o fundamentalismo religioso estão também mais fortalecidos. Somos uma sociedade ainda colonial, com marcas muito vivas da violência colonizadora que brutalizou, mais perversamente, meninas e mulheres negras, e indígenas.

Diante disso, este CT visa construir um espaço de diálogos e debates – teremos Camila Fernandes, MN-UFRJ e UFBA, e Paula Viana, Grupo Curumim, como debatedoras – de pesquisas, relatos de experiência e produções artístico-culturais sobre temáticas diversas abordadas no campo das CSHS, como justiça reprodutiva e direitos, tecnologias reprodutivas e contraceptivas, maternidades, homo/transparentalidades, trabalho de cuidado, violência obstétrica, entre outros. Serão valorizados trabalhos que privilegiem uma perspectiva analítica interseccional e/ou decolonial para abordar diferentes modos pelos quais o governo da reprodução articula raça, gênero, sexualidades, geração, classe e nação, sendo esses propostos por trabalhadoras/es da saúde, estudantes, pesquisadoras/es, artistas e movimentos sociais.

Coordenadores:
Emanuelle Goes
Laura Lowenkron
Paloma Silveira
Rosamaria Giatti Carneiro

CT 21 - Lutas pela vida: resistências, diálogos plurais e os desafios da atenção à saúde dos povos indígenas no Brasil

Historicamente, uma política de não existência foi imposta aos povos originários do Brasil. A colonização, do passado e do presente, provoca violências extremas, genocídio, espoliação e epistemicídio. Resistindo a essa necropolítica, os povos indígenas têm se organizado politicamente em prol do bem viver, conquistado direitos regulamentados em lei e permanecendo em luta pela sua efetiva implementação. Disto advém, em acordo com a chamada do Congresso, a necessária reparação, e a construção de relações com o Estado e com a sociedade brasileira de modo que se respeite os direitos sócio-políticos e culturais previstos constitucionalmente.
Este Coletivo Temático tem como principal objetivo examinar criticamente o Subsistema de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e sua práxis do ponto de vista das Ciências Humanas e Sociais, particularmente no que concerne ao direito à Atenção Diferenciada à Saúde Indígena e ao controle social.
Buscamos contemplar uma diversidade de perspectivas em torno da saúde dos povos indígenas no Brasil, reunindo e promovendo diálogos plurais e equitativos entre usuárias/os, profissionais de saúde, gestores, representantes de movimentos sociais e intelectuais indígenas e não indígenas que se dediquem ao campo. Esperamos acolher contribuições a partir de contextos tanto rurais como urbanos, das diversas macrorregiões do país. E que abordem, entre outros temas, o desafio do acesso à atenção à saúde por indígenas em situação urbana; a pandemia de COVID-19 e seus impactos, incluindo a saúde mental, a segurança alimentar e a soberania alimentar de famílias e comunidades; a mobilização indígena no enfrentamento da pandemia; a atuação indígena no âmbito do Subsistema, em seus diversos espaços; perspectivas da formação universitária indígena na saúde e na interface saúde/ciências humanas e sociais; o permanente desafio da atenção diferenciada à saúde indígena; diálogos possíveis entre os sistemas médicos nativos e o Subsistema; a (re)emergência sanitária Yanomami e seus desdobramentos midiáticos e sociopolíticos.

Coordenadores:
Maurício Soares Leite - Universidade Federal de Santa Catarina / INCT Brasil Plural.
Diádiney Helena de Almeida - Universidade Estadual de Santa Cruz
Elisa Urbano Ramos

CT 22 - Mídias digitais e movimentos sociais na saúde: perspectivas

 As mídias digitais (blogs, sites, Facebook, Instagram, TikTok, YouTube, WhatsApp) estão cada vez mais presentes na vida do cidadão que tem acesso à internet. Por seu intermédio ele consegue obter um número incomensurável de informações. Além disso, ele pode ser sujeito do processo informacional, pois é ele que decide a informação que pretende receber. Se ele dominar determinadas competências será capaz de produzir e compartilhar informações que podem viralizar a um custo muito baixo. A saúde é uma das áreas onde há, cada vez mais, informação disponível nas mídias digitais para um número cada vez maior de interessados. Nos últimos anos, alguns movimentos sociais, pacientes e ativistas da saúde têm utilizado as mídias digitais para acolher pacientes, orientá-los sobre seus direitos, compartilhar experiências e conhecimentos e sair da invisibilidade em que, muitas vezes, se encontram. Estes ambientes têm sido utilizados ainda para defender e lutar por interesses destes cidadãos, fazer advocacy e denunciar irregularidades no âmbito público e privado. Esta atuação pode se dar na relação médico paciente; nos conselhos de saúde ou mesmo junto as agencias prestadoras de serviços de saúde. Além disso, são notáveis as atividades de educação junto a pacientes, familiares e interessados para que eles se tornem protagonistas de sua própria história. O objetivo deste Coletivo Temático é divulgar, produzir conhecimento e construir um ambiente de compartilhamento sobre experiências em que os movimentos sociais, pacientes e ativistas da saúde tenham feito ou estejam fazendo uso das mídias digitais para agir politicamente. Ele se justifica por ser um dos novos temas e problemas que a sociedade, regida pelas mídias digitais, nos impõem. Sua contribuição parece fundamental para o entendimento das tendências e desafios a serem enfrentados nos próximos anos pelos movimentos sociais, pacientes e ativistas da saúde e pelo campo das Ciências Sociais e Humanidades em Saúde.

Coordenadores:
André Pereira Neto
Wilson José Alves Pedro
Bruna Rocha Silveira

CT 23 - Migrações, saúde e práticas emancipatórias

Os processos migratórios internacionais ocorridos no Brasil se apresentam como um campo de estudo e debate para as Ciências Sociais e Humanas e a Saúde Coletiva. Este coletivo temático tem como objetivo propiciar um espaço de debates e reflexões acerca dos processos migratórios transnacionais e sua articulação com os processos saúde-doença-atenção-cuidado de pessoas migrantes e refugiadas e com a reconstrução da responsabilidade pelo outro. Neste sentido, é imprescindível pensar o processo saúde-doença de forma ampliada e crítica, considerando as questões socioeconômicas, políticas e históricas interconectadas com problemáticas atuais, tais como desigualdades, relações de poder e de gênero, racismo, preconceito/discriminação, relações intergeracionais, classe, políticas migratórias e jurídicas, condições de vida e violências diversas, que estão implicadas no processo. Refletir sobre estas questões e as diversas dimensões da mobilidade humana na contemporaneidade é de extrema importância ao pensar a saúde destes grupos. Ademais, a compreensão dos intricados aspectos do fenômeno migratório e saúde, possibilitará produzir saberes plurais que acolham as relações de alteridade e diversidades de sistemas culturais de saúde, visando superar o paradigma da monocultura do saber. Nesta perspectiva, convidamos pesquisadores, profissionais e trabalhadores da área de saúde, integrantes de movimentos sociais, imigrantes, estudantes, dentre outros, para submeterem suas pesquisas, relatos de experiências e outras reflexões com o intuito de (re)construirmos criticamente saberes híbridos e plurais. Esperamos, assim, pensar em conjunto horizontes teóricos articulados com práticas emancipatórias em saúde capazes de possibilitar o aprofundamento do debate sobre as múltiplas dimensões do fenômeno, e subsidiar a reflexão conceitual e a formulação de políticas públicas para e com as populações imigrantes. Por fim, é objetivo deste CT ampliar o debate sobre o tema, conectando diferentes atores sociais do Brasil e de diversos países

Coordenadores:
Regina Matsue
Silvia Gugelmin
Alexandre Branco Pereira

CT 24 - “Nada sobre mim, sem mim” - raça, gênero, classe e equidade: caminhos interseccionais para enfrentamento às desigualdades históricas

A luta contra o racismo e a promoção da equidade e justiça social são questões centrais na sociedade brasileira. A divisão eurocêntrica do mundo e a colonização dos continentes africanos e americanos trouxeram um apagamento cultural e social dos povos que habitavam esses territórios, as populações migrantes e sexualidades impondo uma normatividade hegemônica ocidental e a estrutura branca patriarcal que cria barreiras de acesso para populações vulnerabilizadas. As desigualdades que pesam sobre as populações negra, LGBTQIAP+, indígena e cigana não se limitam apenas à questão de gênero, mas também a fatores socioeconômicos e históricos que dificultam seu crescimento e as invisibilizam. Nesse sentido, a discussão pela via da interseccionalidade tem sido essencial para o enfrentamento do racismo e o empoderamento para alcançar a equidade e justiça social necessária para dar poder e reconhecimento além de exigir a incorporação na agenda de políticas públicas, buscando garantir a promoção dos direitos humanos, a diversidade e o combate às desigualdades de gênero, raça e orientação sexual com reparação histórica, a fim de construir uma sociedade mais justa e igualitária. Para oportunizar um debate reflexivo sobre a questão da equidade e justiça social e raça, o espaço deste Coletivo Temático agregará trabalhos de novas linguagens, relato das experiências, metodologias ativas, além de propostas que abordem a metodologia científica e de educação popular em saúde em seus resumos. A centralidade deste Coletivo Temático abordará a diversidade de métodos e experiências que possibilitem analisar a realidade atual sobre a ótica equidade, justiça social, com os saberes tradicionais e populares numa dimensão afrocentrada e etnocêntrica

Coordenadores:
Marcos Aurélio Matos Lemões
Elaine Ferreira do Nascimento
Carlos Silvan
Luciana Silvério Alleluia Higino da Silva

CT 25 - Políticas de emancipação e saúde: epistemologias e práticas para integralidade do cuidado

O CT busca propor e discutir articulações teóricas e conceituais interdisciplinares que favoreçam as políticas de emancipação, valorizando o cuidado como ética, como dádiva e prática da solidariedade. A incorporação da dimensão relacional da política à análise dos processos emancipatórios capazes de responder às demandas por cuidado como direito humano à saúde, à comunicação, à ancestralidade e a cultura, evidencia alternativas de abordagens metodológicas plurais e intercultural. Esta dimensão é um caminho para pavimentar um solo epistemológico genuíno, servindo de esteio para reparação e reconstrução crítica da condição humana em contexto de profundas desigualdades sociais, em meio à crise ética, política e humanitária pós-pandemia no Brasil. Ademais, a desvalorização dos saberes contra-hegemônicos pela tradição do pensamento político ocidental leva ao esquecimento daquilo que a política democrática tem de mais próprio: a pluralidade de ser e pensar e a liberdade de agir em público. A crítica contemporânea sobre a Integralidade do Cuidado (PINHEIRO, R. 2011) e Dádiva (MARTINS, P.H.2023) nos permite atualizar os movimentos democráticos e as lutas pela efetivação dos direitos republicanos. Nesse sentido, deslocamentos epistemológicos voltados para novos entendimentos fenomenológicos acerca dos sentidos e significados da saúde e da doença, dos afetos que regem os cuidados a respeito do corpo e do bem viver se impõe com o imperativo. Dentre os objetivos propostos nessa atividade destacamos os seguintes: a) discutir os desafios institucionais, comunicacionais, formativos e culturais para efetivação das políticas de emancipação para integralidade do cuidado em saúde,  b) conhecer e comparar as experiencias de pesquisas, formação e de cooperação que promovam articulações epistemológicas sobre saberes, práticas e arranjos institucionais emancipatórios, envolvendo diferentes coletivos (sejam profissionais, pesquisadores e ativistas da áreas da saúde, da comunicação, educação e direitos) convocando suas autorias no envio de trabalhos c) estabelecer convergências acerca dos nexos constitutivos entre associação, instituições e práticas participativas na elaboração de respostas as demandas por cuidado em saúde. Por último, ressaltamos que a relação com o tema geral do Congresso é direta, tendo em vista a abertura que este CT possui em relação à pluralidade, à alteridade e a participação como elementos indissociáveis do reconhecimento de políticas de emancipação, sendo bem-vindos relatos de pesquisa, ensaios teóricos e mesmo experiências de estudos relatadas em outras linguagens.

Coordenadores:
Roseni Pinheiro
Paulo Henrique Albuquerque Martins
Juliana Lofego

CT 26 - População em situação de rua e Saúde Coletiva: olhares interseccionais para a garantia de direitos

A existência de pessoas em situação de rua (PSR) é uma das mais cruéis expressões da questão social e aponta para sintomas de um mal-estar social imbricado na história brasileira de escravidão, escancarando as desigualdades que marcam nosso tempo histórico. Privada de direitos fundamentais, a PSR está submetida a discriminações, violações e violências. Destaca-se a realidade das mulheres em situação de rua, ainda mais invisibilizadas em suas demandas e necessidades, mesmo no contexto das políticas públicas para o conjunto desse segmento populacional. Considerando que o 9º CBCSHS pretende pautar as lutas sociais e promover debates que construam caminhos para reparação e reconstrução crítica, propomos, nesse Coletivo Temático juntamente com lideranças do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), reunir estudos, pesquisas e relatos de experiências que tenham como foco central a PSR, buscando mobilizar olhares interseccionais para este tema, que considerem as interfaces com a formação social e política da sociedade brasileira.
O CT espera receber contribuições sobre:

·      Experiências de sociabilidades da PSR, suas necessidades e demandas sociais;
·      Direitos humanos, barreiras de acesso a políticas públicas e violências perpetradas contra esse segmento social;
·      Organização das práticas de cuidado e o trabalho intersetorial voltados para a PSR, com ênfase nas mulheres – cis e trans – em situação de rua;
·      Justiça sexual e reprodutiva de mulheres – cis e trans – em situação de rua;
·      As maternidades insurgentes e vulnerabilizadas que se passam no contexto das ruas;
·      Separações compulsórias mãe-bebê sob justificativas de situações de rua e/ou uso de psicoativo;
·      Moralidade, saúde pública e corpos das pessoas em situação de rua – intervenções públicas no campo da promoção e atenção à saúde dessa população;
·      Política de Redução de Danos e PSR;
·      Movimentos sociais e formas de resistência e de luta da PSR.

Coordenadores:
Gilney Costa Santos
Nilza Rogéria de Andrade Nunes
Vanilson Torres

CT 27 - Práticas tradicionais de cura e epidemiologia intercultural entre os povos indígenas

Este coletivo temático situa-se na intersecção dos campos disciplinares da antropologia, da etnologia, e da epidemiologia intercultural, procurando discutir estudos e análises antropológicas a partir de experiências e relações com os detentores de saberes indígenas e especialistas tradicionais de cura nos diferentes sistemas de cuidados de distintos povos indígenas. Desejamos garantir um debate coerente sobre noções de pessoa, corpo, corporalidade e processo saúde/doença, noções estas que têm se mostrado centrais no entendimento das práticas tradicionais de curas, utilizadas dentro de um sistema de cuidados praticados concomitantemente com os profissionais de saúde do sistema médico oficial implantados pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) ou que venha ser fundamental para a atenção. Esperamos receber contribuições que privilegiem as seguintes perspectivas de atuação investigativa:
a) Atuação ativa de investigadores na troca de informações epidemiológicas e na comunicação com as aldeias indígenas visando o debate e análise de um modelo de experiências em comunicação intercultural com aspectos centrais no tocante de monitoramento da situação epidemiológicas das populações indígenas;
b) Criação de espaços de formação continuada sobre a antropologia, etnologia e epidemiologia intercultural direcionada aos trabalhadores indígenas da saúde;
c) sistematização de práticas tradicionais de cura existentes nas diversas áreas indígenas visando especificamente montar um conjunto de indicadores de saúde voltados para realidade dos povos indígenas e visibilizar práticas médicas tradicionais.
Tais ações objetivam a produção do conhecimento sobre as práticas tradicionais de cura e indicadores que possam monitorar a situação de saúde mantendo uma relação importante com as práticas locais de curas e os serviços locais de saúde indígena existentes, incidindo diretamente nos entendimentos sobre o processo saúde-doença-cuidado, central para uma emancipação da saúde num contexto de reconstrução crítica. Encorajamos antropólogos, indígenas, indigenistas e profissionais de saúde para o debate das especificidades esperadas neste Congresso.

Coordenadores:
Renato Athias
Wilke Torres de Melo
Rita de Cássia Maria Neves

CT 28 - Resistências e enfrentamentos ao neoconservadorismo e ao neofascismo: um olhar das ciências sociais e humanas em saúde

O mundo tem tentado compreender os neoconservadorismos e as práticas reacionárias. Hoje, mesmo sob um governo progressista, a ameaça da extrema-direita no Brasil não acabou e espalha-se na América Latina (AL) requerendo unidade do campo popular. Assim, dando continuidade à discussão do 8º CBCSHS pela mesa: “Neofascismo e suas formas de enfrentamento:...” este CT objetiva avançar, fazendo um balanço da produção científica, sobre as resistências/enfrentamentos ao neoconservadorismo/neofascismo. Este CT se articula com os GTs de Saúde Bucal Coletiva e o recém-criado GT de Economia Política da Saúde para organizar mesas e oficinas. Destaque será dado aos movimentos sociais ameaçados, povos “genocizados”, cientistas vítimas do negacionismo. Trabalhos que explorem o papel de figuras públicas, mobilizações/financiadores, (contra)ativismos, partidos, líderes e/ou organizações que fomentem práticas ou disseminem mensagens neoconservadoras/neofascistas serão acolhidos. Ainda, reserva-se espaço para trabalhos sobre enfrentamentos como: identificação/denúncia de grupos/práticas fascistas, (arte)vismos críticos, medidas de promoção do comércio equitativo; proteção do patrimônio cultural; soberania agrícola-alimentar; desprivatização de bens comuns; políticas anti-discriminação; apoio à mídia sem-fins-lucrativos, etc. As atividades buscarão o diálogo interinstitucional e latino-americano, envolvendo: líderes indígenas; pesquisadores antifascistas mexicanos; movimento feminista argentino; movimento ‘ollas comunes’ peruano; sindicato dos enfermeiros; representantes do MS; movimento antimanicomial e outros. As seguintes questões direcionarão os debates: a) como as pautas de igualdade de gênero, educação emancipadora, direito humano à alimentação adequada, luta antirracista e antimanicomial, visibilidade ‘Trans’ e a crítica às fake news contribuem para barrar ou impulsionar a gênese do tipo ‘neoconservador/neofascista’?; b) o caso do ‘neofascismo’ no Brasil é apenas o velho conservadorismo que retoma ascendência ou há o surgimento de uma nova formação do tipo “fascista explícito”?; c) quais formas de enfrentamento podem ser realizadas por coletivos democráticos com base na educação e no exercício do diálogo com a “nova direita” no Brasil e na AL? Trabalhos que tratem destes temas/perguntas com foco na (re)construção crítica e da reparação social serão bem-vindos.

Coordenadores:
Leonardo Carnut
Thaísa Simplício Carneiro Matias
David Pavón-Cuéllar

CT 29 - Riscos em saúde, medicalização e repercussões interseccionais: os paradoxos (pós)pandêmicos e o campo da Saúde Coletiva.

 A pandemia de COVID-19 atualizou os desafios para o campo da saúde coletiva. Entendida como um evento crítico, ela aflorou fissuras no pensar e no fazer das orientações científico-sanitárias baseadas na apropriação do conceito de risco em saúde, de fundamento epidemiológico. Já identificado como um fenômeno em ascensão, o negacionismo científico fincou raízes, na medida que essa emergência ocorreu em meio ao fortalecimento de circuitos e de visões de mundo totalitários. O processo pandêmico foi marcado por pretensas dicotomias, como: a de crescimento econômico versus proteção da vida e da proteção social; a que reside na contraposição de práticas sanitárias baseadas em escolhas racionais, em riscologias orientadas por uma ciência que se constituiu hegemonicamente como central, branca, cis-heteronormativa; versus práticas sanitárias que não são orientadas do mesmo modo. Devemos atentar à proliferação de paradoxos pós-pandêmicos, atravessados: pela intensificação das iniquidades e do racismo em saúde, com mortes e carga de doença mais expressiva entre mulheres, não-brancos e pobres; pelo aprofundamento de discursos negacionistas e, por outro lado, por práticas sanitárias muitas vezes autoritárias e amplificadoras da medicalização da vida; pelo incremento de inovação e circulação de capital no complexo médico-industrial da saúde, que também amplia a medicalização da vida, enquanto a geopolítica sanitária segue reproduzindo injustiças sensíveis a indicadores epidemiológicos e ambientais.
Neste Coletivo Temático buscamos dialogar com análises que se ocupem de descrever e refletir sobre as repercussões que esses e outros paradoxos vêm impondo às leituras críticas sobre as práticas sanitárias neste momento pós-pandemia, em sua missão de enfrentamento aos riscos em saúde.

Coordenadores:
Luis David Castiel
Danielle Ribeiro de Moraes

CT 30 - Saúde, arte-cultura e convivência comunitária

O objetivo do coletivo temático é promover o compartilhamento de experiências de arte-cultura que dialoguem com os campos da saúde coletiva e da saúde mental, e que valorizem a convivência comunitária e a participação popular enquanto caminhos para promoção da saúde nos territórios. A promoção da saúde é compreendida em sua dimensão de participação social, e fundamentada nas premissas da educação popular de Paulo Freire do diálogo, emancipação, amorosidade e compromisso com a construção de projetos democráticos populares.
Este coletivo temático atende à necessidade de dar visibilidade aos saberes produzidos pelos diversos coletivos de arte-cultura, assim como abrir e ampliar um espaço de troca entre os diversos atores, favorecendo o agenciamento de redes de trabalho e afeto. A convivência comunitária é entendida como a produção do comum e enfrentamento à medicalização e patologização da vida. Esta iniciativa torna-se relevante para as ciências sociais e humanas em saúde, uma vez que se compreende que a arte-cultura nos habita e transmuta enquanto viventes e pode ser determinante nos processos de saúde-doença-cuidado, em uma perspectiva emancipatória, crítica e decolonial.
Serão encorajados trabalhos relacionados à arte-cultura e à convivência comunitária, englobando políticas, dispositivos, ações, programas, projetos, oficinas e outras experiências realizadas no âmbito da atuação profissional; da pesquisa; de processos de formação; da militância pela luta antimanicomial e outros movimentos sociais. Serão valorizadas iniciativas que promovam a interlocução entre os diversos sujeitos protagonistas do campo da saúde coletiva como pesquisadores, militantes de movimentos sociais e organizações populares, educadores populares, artistas, trabalhadores da saúde, gestores, estudantes e outros cidadãos interessados.
Esperamos que o coletivo temático favoreça a ampliação do diálogo entre saúde, arte-cultura, convivência comunitária e educação popular, contribuindo de forma emancipatória para a consolidação dos campos da saúde coletiva, saúde mental, da atenção psicossocial e das redes intersetoriais.

Coordenadores:
Ariadna Patricia Estevez Alvarez
João Vinícius dos Santos Dias
Walter Ferreira de Oliveira

CT 31 - Saúde e direitos humanos das comunidades atingidas por barragem, mineração e desastres socioambientais: processos de reparação e justiça social

Os objetivos do coletivo temático são reunir, debater e dar visibilidade aos trabalhos de pesquisa, extensão, educação, arte e cultura realizados por e com comunidades atingidas por barragem, mineração e desastres socioambientais. No Brasil, os grupos e comunidades de pessoas atingidas, têm se organizado e produzido conhecimentos e luta política para garantir a reparação de suas vidas e territórios, deflagrando movimentos que visam a justiça social para os atingidos pelos desastres socioambientais, crimes ou destruições causadas pela indústria, eventos climáticos extremos e/ou grandes empreendimentos. Os impactos na saúde e a violação dos direitos humanos das comunidades são eixos de denúncia e atuação desses movimentos, fundados num amplo repertório teórico-político que combina sabedoria popular, saberes tradicionais e as ciências humanas e sociais em saúde. Os trabalhos realizados nessas comunidades são relevantes, pois analisam e visibilizam processos sociais que combinam a compreensão dos impactos e danos às pessoas e ambiente, dos riscos e inseguranças do modelo de produção e exploração industrial, e por, de forma participativa, garantir que as vozes das comunidades sejam ouvidas e que as decisões tomadas reflitam seus interesses e necessidades. Pretende-se acolher estudos aprofundados, experiências de cidadania e reconstrução, ações educativas, apresentações artísticas e culturais, autores, produtores e pesquisadores comunitários, que possam ampliar e intensificar a compreensão desses processos sociais de reparação e reconstrução das comunidades atingidas. O coletivo inaugura de forma inovadora um espaço de valorização desses saberes e vozes comunitários, que revelam numa das faces, o racismo e devastação ambiental, mas de outra, a capacidade de produção de conhecimento e articulação política dos atingidos e atingidas na direção da emancipação e empoderamento. Propõem-se um espaço de crítica e acolhimento para promoção e compartilhamento das identidades e sujeitos coletivos, ligados e ligantes dos saberes, práticas e lutas das comunidades atingidas pela garantia de seus direitos e saúde coletiva.

Coordenadores:
Aisllan Diego de Assis
Amanda Roberta Corrado
Marlene Reis

CT 32 - Saúde Mental, psicanálise, decolonialidade e interseccionalidade: desafios atuais para o cuidado em liberdade

Os limites com os quais o processo de Reforma Psiquiátrica brasileira se depara, em seus 22 anos de regulamentação legal, se, por um lado, constituem barreiras, por outro, fornecem pistas para que os coletivos de gestoras/es, trabalhadoras/es, pesquisadoras/es, usuárias/os e militantes se organizem propositivamente, nesses novos tempos, na luta pela garantia e defesa do cuidado em liberdade. Com o aprofundamento das desigualdades sociais brasileiras expostas pelos indicadores de mortalidade, contaminação, desemprego e acesso à assistência durante o período pandêmico; assim como pela explicitação de posições ultraconservadoras na sociedade brasileira, tornou-se incontornável que os sofrimentos decorrentes da cultura colonial-capitalista, racista, patriarcal, elitista, capacitista sejam entendidas não apenas como situadas em um contexto externo ou no interior das pessoas, mas como um processo de constituição psicossocial. Para isso, precisa-se de uma rede psicossocial ampla, com diversidade de serviços e práticas, equipes qualificadas e recursos adequados para contemplar a diversidade da população. Na diversidade de saberes e práticas que compõem este campo, está a psicanálise, ou como diz Amarante (2007), “as psicanálises, porque são tantas!”. No último tempo, as psicanálises, no Brasil, não deixaram de sofrer processos de transformações epistemológicas, políticas, teóricas, metodológicas, práticas e culturais. Muitas destas transformações supõem o surgimento de novos atores sociais, da presença de uma nova geração de psicanalistas (contemporâneos ao processo da reforma psiquiátrica) e da influência das novas agendas na interface das ciências sociais com a saúde. Este Coletivo Temático convoca à diversidade de saberes (antropologia, sociologia, filosofia, psicanálise, psicologia, psiquiatria, história, etc.) e práticas (experiências) das diferentes regiões do Brasil que compõem o campo da Saúde Mental, para compartilhar novas ideias ou conceitos, achados de pesquisa, inovações metodológicas e relatos de boas práticas - articuladas às diferentes dimensões da atenção psicossocial (teórico conceptual; teórico assistencial; jurídico-político; sociocultural). Desta maneira, almejamos produzir um espaço de trocas que colabore com a radicalização de uma reforma psiquiátrica antimanicomial antirracista, antipatriarcal, antiproibicionista, decolonial, socialmente justa e emancipatória.

Coordenadores:
Vládia Jucá
Martín Mezza
Ana Pitta
Helena Cortes

CT 33 - Trabalho contemporâneo, saúde e ambiente: diálogos, confrontações e resistência

A natureza do trabalho mudou intensamente ao longo da história, acentuando-se ainda mais no mundo contemporâneo. Em todas as civilizações, a centralidade do trabalho se mantém como principal contexto da vida e das transformações das sociedades no mundo visível e na esfera imensurável da subjetividade. Na atualidade, os trabalhadores são submetidos à drásticas condições de precarização e exploração diversificadas e intensificadas pelas inovações tecnológicas que acentuam a acumulação do capital, agravando o desemprego, desamparo social, desalento, condições análogas à escravidão e destruição ambiental. Na América Latina, estudos decoloniais voltam-se para os efeitos de uma nova divisão internacional do trabalho e de novos modos de produção, sob a acentuação da polivalência, fragilização das ações coletivas e ampliação das desigualdades. As abordagens étnico raciais e de gênero revelam estratégias de exploração que combinam alienação e fragmentação da luta coletiva. No contexto brasileiro, o debate assume contornos emancipatórios diante da necessidade de enfrentamento dos acidentes com óbito, adoecimentos com incapacidade permanente, sofrimento mental, assédios, racismos. Saberes, práticas e experiências diversas reaproximam-se do SUS com contribuições à integralidade da saúde de forma comprometida com a participação popular e a justiça social e ambiental.
Esta proposta tem o objetivo de fomentar a discussão sobre subsídios teórico-metodológicos plurais e compartilhar resultados de estudos no âmbito da pesquisa em Ciências Sociais na interface trabalho, saúde e ambiente, com as seguintes atividades:
1) apresentações sobre os temas: trabalho e saúde, saúde do trabalhador, triangulação saúde, trabalho e ambiente na América Latina e no Brasil;
2) expressões culturais sobre saúde dos trabalhadores quilombolas, artesanais e de plataformas digitais, além de reunir experiências de educação popular.

Coordenadores:
Mônica Angelim Gomes de Lima
Jorge Machado
Thiago Braga do Espírito Santo

CT 34 - Vigilância popular e a educação popular da Saúde na defesa da vida das populações do campo, floresta e das águas

Esse coletivo temático objetiva dialogar sobre os conceitos e práticas de Vigilância Popular da Saúde em interface com a Educação Popular da Saúde na defesa da vida, tendo como foco as populações do campo, floresta e das águas. Uma das características principais das iniciativas para esse coletivo é a centralidade do protagonismo popular na luta pela saúde, de forma a problematizar práticas de Vigilância e Cuidado que não valorizem os saberes populares. Serão valorizadas as experiências envolvendo as guardiãs e guardiões dos territórios e de nossa biodiversidade no âmbito nacional.
Três perfis chaves são esperados nesse coletivo envolvendo acadêmicos engajados, trabalhadores do SUS e movimentos sociais. Também terão papel chave em termos da busca pela tradução intercultural da proposta a participação de comunicadores populares e artistas. Um dos aspectos inovadores se encontra na emergência da Vigilância Popular da Saúde nos últimos anos. Estimulada pela omissão ou mesmo pela agressão que a população brasileira sofreu durante a pandemia por Covid 19 por parte o governo Bolsonaro. A partir daí surgiu um movimento de baixo para cima envolvendo comunidades indígenas, quilombolas, pescadoras, camponeses estabelecendo medidas protetivas em relação ao vírus como barreiras populares, comitês e observatórios populares. No caso amazônico, a Vigilância foi além do vírus estabelecendo um monitoramento participativo do território frente as ameaças dos garimpos, desmatamento e caça ilegal. O campo da vigilância da saúde no SUS é um dos menos permeáveis a participação social como pode ser observado pelo fato de sua primeira conferência ter ocorrido somente depois de 30 anos do advento do SUS. A Vigilância Popular articulada com a Educação Popular pode contribuir para que a Vigilância da Saúde possa ser mais dialógica e emancipatória, na medida em que ao mesmo tempo estimule o controle social, mas potencialize as iniciativas autônomas geradoras de vida e saúde.

Coordenadores:
Fernando Ferreira Carneiro
Vera Lúcia Azevedo Dantas
Juliana Acosta Santorum

CT Ampliando linguagens

A arte, a literatura e a cultura popular, em suas múltiplas linguagens, expressam e problematizam experiências de complexa tradução e possibilitam práticas sociais inclusivas, participativas e libertadoras de promoção e cuidado em saúde. Permitem também comunicar com maior densidade e potência, produzindo transformações em ato e desvelando aspectos muitas vezes negados e/ou invisibilizados no contexto da Saúde Coletiva e das esferas acadêmico-científicas.
A experiência coletiva – mas também subjetiva e singular – da saúde e do adoecimento e seu cuidado formal ou informal, excepcional ou cotidiano, na própria produção da existência, sempre lançou mão dessas formas de linguagem para o outro e para si mesmo(a), produzindo sentidos e transmutando realidades.
Esse processo ocorre quando a arte traduz processos de saúde-doença-cuidado observadas, vividas, estudadas e performadas (como terapias e propostas de cuidado que lançam mão desses recursos), sob a forma de filmes, fotografias, teatro, desenhos, ilustrações, músicas e tantos outros formatos. Manifesta-se espontânea e culturalmente alicerçada em experiências transgeracionais de grupos sociais, como se pode observar nos cordéis, práticas corporais, experiências místicas, rituais e movimentos coletivos de luta pela produção da saúde.
O CT Ampliando Linguagens tem por objetivo identificar e estimular essas múltiplas formas de expressão, presentes no vasto campo da Saúde Coletiva, incluindo aqui atores dos serviços de saúde, grupos de pesquisa e extensão, instituições de ensino, movimentos sociais e populares, grupos de arte e cultura popular. Trata-se de fomentar o diálogo e permitir a performance vivencial articulando arte, ciência e vida, por meio de movimentos ético-político-epistemológicos-estéticos e estratégias de comunicação, produção do conhecimento e abordagens pedagógicas e andragógicas pautadas na solidariedade e na sustentabilidade da produção do cuidado em saúde.
Com isso, espera-se produzir reflexões críticas, encarnadas e engajadas sobre modos de sofrer e de resistir ao sofrimento, formas de inventar e promover vida e saúde, traduzir enredos e dinâmicas sociopolíticas e econômicas que geram saúde e adoecimento nos sujeitos, em grupos específicos e na sociedade, de modo geral.
O CT Ampliando Linguagens volta-se para transformações da realidade social e para experiências de violação de direitos, contrabalançando-as com formas coletivas de resistência, de enfrentamento das violências e de construção de um bem-viver pautado em um projeto político democrático e popular de sociedade.

Coordenadores/curadores:
Tatiana Engel Gerhardt (Departamento SC/UFRGS),
Luís Henrique da Costa Leão (Instituto SC/UFMT),
Karine Wlasenko Nicolau (Instituto SC/UFMT),
Maria Lúcia Gomes dos Prazeres (Movimento Negro Unificado de Pernambuco, UPE),
Mariana Hesse (Departamento SC/FM/UFU),
Ruth Helena Britto de Carvalho (PPG SC/UFMA)

A programação do congresso estará estruturada com base nos CTs a seguir.

Para conhecer as ementas, basta clicar nos nomes dos eixos temáticos.

Relato de Pesquisa e Relato de Experiência

» CT 01 - Análise multidisciplinar sobre a política de vacinas
» CT 02 - O lugar da participação social nos processos de tomadas de decisão no SUS
» CT 03 - Ciências Sociais e humanas em saúde e (trans)formação na saúde coletiva: ações afirmativas, vozes e vivências contra-hegemônicas nas universidades brasileiras
» CT 04 - Comunidade, família, vulnerabilidades e tecnologia social
» CT 05 - Corporeidade, práticas de cuidado em saúde, identidades e os marcadores sociais da diferença
» CT 06 - Decolonialidade, branquitude e ações Afirmativas: (re)produção dos racismos e sua interlocução com a saúde coletiva
» CT 07 - Decolonialidades e interseccionalidades na comunicação e saúde
» CT 08 - Deficiência e cronicidade nas gramáticas da corponormatividade: discutindo reparação e reconstrução em perspectiva decolonial
» CT 09 - Educação, formação e enfrentamento do racismo em Saúde: decolonizar, reparar e emancipar como legitimação de direitos
» CT 10 - Emancipação e saúde: análise institucional na perspectiva da decolonialidade
» CT 11 - Envelhecimento populacional: invisibilidade, decolonialidade e necessidade de emancipação em contexto de iniquidade social
» CT 12 - Epistemologias da Saúde desde o Sul: virada decolonial, pesquisa participativa e soberania sanitária da América Latina e Caribe
» CT 13 - Extensão na perspectiva dialógico-participativa e os desafios da sua curricularização
» CT 14 - Gênero, cuidado e emergências sanitárias
» CT 15 - Gênero, diversidade, violências e direito à saúde
» CT 16 - Gênero, interseccionalidades e saúde coletiva
» CT 17 - Infâncias, culturas e saúde: perspectivas das pesquisas qualitativas
» CT 18 - Infodemia, dataficação e práticas em saúde
» CT 19 - Interseccionalidades e Decolonialidades em Alimentação e Nutrição: Tecendo perspectivas pluriepistêmicas, interdisciplinares e interculturais para (re)pensar o cuidado alimentar e nutricional no SUS
» CT 20 - Justiça reprodutiva e políticas da reprodução: novos olhares sobre os direitos reprodutivos
» CT 21 - Lutas pela vida: resistências, diálogos plurais e os desafios da atenção à saúde dos povos indígenas no Brasil
» CT 22 - Mídias digitais e movimentos sociais na saúde: perspectivas
» CT 23 - Migrações, saúde e práticas emancipatórias
» CT 24 - “Nada sobre mim, sem mim” - raça, gênero, classe e equidade: caminhos interseccionais para enfrentamento às desigualdades históricas
» CT 25 - Políticas de emancipação e saúde: epistemologias e práticas para integralidade do cuidado
» CT 26 - População em situação de rua e Saúde Coletiva: olhares interseccionais para a garantia de direitos
» CT 27 - Práticas tradicionais de cura e epidemiologia intercultural entre os povos indígenas
» CT 28 - Resistências e enfrentamentos ao neoconservadorismo e ao neofascismo: um olhar das ciências sociais e humanas em saúde
» CT 29 - Riscos em saúde, medicalização e repercussões interseccionais: os paradoxos (pós)pandêmicos e o campo da Saúde Coletiva.
» CT 30 - Saúde, arte-cultura e convivência comunitária
» CT 31 - Saúde e direitos humanos das comunidades atingidas por barragem, mineração e desastres socioambientais: processos de reparação e justiça social
» CT 32 - Saúde Mental, psicanálise, decolonialidade e interseccionalidade: desafios atuais para o cuidado em liberdade
» CT 33 - Trabalho contemporâneo, saúde e ambiente: diálogos, confrontações e resistência
» CT 34 - Vigilância popular e a educação popular da Saúde na defesa da vida das populações do campo, floresta e das águas

Outras Linguagens

» CT Ampliando linguagens